terça-feira, 3 de novembro de 2009

O que fazer com as pilhas usadas?

Propondo Soluções

Por Eduardo Gaspar

No Brasil, 1,2 bilhão de pilhas e 400 milhões de baterias de celular são comercializadas por ano, segundo dados do Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - Abinee. Assim como essa quantidade enorme chega às mãos dos consumidores, outra quantidade, também enorme, vai parar na lata de lixo comum. Tal informação não deveria preocupar, já que, desde o ano 2000, todas as pilhas produzidas no Brasil têm quantidades mínimas ou quase nulas dos metais pesados mais poluidores como cádmio, mercúrio e zinco. De acordo com a atual legislação e com os empresários do setor, o perigo é mínimo, sendo possível então, jogar as pilhas diretamente no lixo.
Mas a realidade brasileira não é nada animadora. A instrução de jogar no lixo comum é válida apenas se o houver um bom manejo do aterro sanitário - uma realidade de apenas 10% dos aterros brasileiros, segundo estimativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além disso, nem toda pilha que é comprada está dentro do padrão, já que 33% do mercado é formado pelas chamadas “baterias ilegais”. Ou seja, cerca de 400 milhões de pilhas e baterias vêm de contrabando e outras origens.

Foto: EDUARDO GASPAR
E para agravar o quadro, a reciclagem pilhas e baterias é feita em níveis mínimos, pois apenas uma fábrica recicla este material no país, a Suzaquim, localizada em São Paulo. Cerca de seis milhões de pilhas e baterias passam por ano pela empresa, o que representa menos de 1% do comercializado. Outras empresas de baterias de celulares, por exemplo, recolhem o material e enviam para recicladoras fora do Brasil.As baterias mais danosas ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos são as que contêm chumbo, níquel-cádmio e óxido de mercúrio.

Estas pilhas são encontradas com mais freqüência em baterias de carro, filmadoras, telefones sem fio, celulares e instrumentos de navegação. A necessidade de devolvê-las aos fabricantes para um destino adequado é essencial. Já os outros tipos têm um impacto menor na saúde e no meio ambiente, mas é bom lembrar que, nem por isso, elas deixam de causar algum dano.

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